INTRODUÇÃO

      Demos início a última etapa de nosso estágio supervisionado que foi realizado na Unidade Escolar Pio XII, numa turma de terceiro ano do ensino médio, durante o período de 14 de fevereiro a 16 de março de 2011.

     O Estágio Supervisionado visa fortalecer a relação teoria e prática baseado no princípio metodológico de que o desenvolvimento de competências profissionais implica em utilizar conhecimentos adquiridos, quer na vida acadêmica quer na vida profissional e pessoal.

     Como professores de Matemática, constantemente ouvimos que a Matemática é uma matéria que causa medo e difícil de ser entendida. Para mudar a didática do ensino da Matemática na escola tornando-a dinâmica, rica, viva, é preciso mudar antes o conceito que se tem dessa disciplina.

     É preciso também reconhecer que ela evolui e se modifica no tempo, em função do uso que se faz dela. Não é possível preparar alunos capazes de solucionar problemas ensinando conceitos matemáticos desvinculados da realidades, esperando que saibam como utilizá-los no futuro. Por isso, faz-se  necessário pensar em tornar o ensino de Matemática uma das formas de preparar os alunos para a participação ativa dentro da sociedade.

 

DESCRIÇÃO, FUNDAMENTAÇÃO E ANÁLISE DA REGÊNCIA NO ENSINO MÉDIO

     O Estágio Supervisionado é o primeiro contato que o aluno-professor tem com seu futuro campo de atuação. Por meio da observação, da participação e da regência, o licenciando poderá refletir sobre e vislumbrar futuras ações pedagógicas. Assim, sua formação tornar-se-á mais significativa quando essas experiências forem socializadas em sua sala de aula com seus colegas, produzindo discussão, possibilitando uma reflexão crítica, construindo a sua identidade e lançando, dessa forma, “um novo olhar sobre o ensino, a aprendizagem e a função do educador” (PASSERINI, 2007, p. 32).

     Passerini (2007, p. 18) acredita que,


o processo de formação do professor é contínuo, inicia-se antes mesmo do curso de graduação, nas interações com os atores que fizeram e fazem parte de sua formação. E este processo sofre influência dos acontecimentos históricos, políticos, culturais, possibilitando novos modos de pensar e diferentes maneiras de agir perante a realidade que o professor está inserido.

     Ao iniciar uma licenciatura, muitas vezes nos deparamos com a insegurança e o receio de não conseguirmos desenvolver um bom trabalho em sala de aula e ao iniciar o estágio, a expectativa era de aumentar os conhecimentos e, por estagiar em uma sala com estudantes de classe média baixa, adquirimos base mais sólida na análise de discentes com certa restrição financeira, acompanhando, participando e regendo aulas dinâmicas, proporcionando nos alunos aptidões e capacidades de relacionar, inferir e concluir sobre conhecimentos.

     A observação aconteceu de maneira abrangente, envolvendo tanto a escola como um todo, tanto a sala específica com seus 26 alunos, a qual apresentava durante a aula certa dificuldade em entender o conteúdo devido à falta de base. A observação foi importantíssima, principalmente porque, através do roteiro, que produzimos em sala de aula com orientação do professor, foi possível chegar no local de observação com um olhar direcionado a cada um dos estudantes.
    A fase de co-participação ocorreu de 14 a 25 de fevereiro de 2011. Esta fase totalizou 10 horas/aula. Foi um período importante do estágio devido a obtenção de subsídios para elaboração do projeto de intervenção e da ajuda mútua ao professor na tiragem de dúvidas a respeito do assunto abordado em sala. Percebemos uma grande deficiência na aprendizagem. Foi uma fase fundamental para o planejamento das aulas do período de regência considerando os diferentes níveis de conhecimento, de interesse e participação. 
     Quando chegou a hora da regência, deixamos claro para os estudantes como gostaríamos de fazer e pedimos que eles colaborassem conosco, pois, assim como eles estavamos lá para aprender, embora fossem aprendizagens diferentes. E isso de fato surtiu efeito: quando da  regência, os alunos comportaram-se de modo semelhante ao comportamento diante do professor regente.

     Durante a execução do nosso projeto de intervenção, procuramos desenvolver atividades que contemplaram o conteúdo a ser lecionado, como atividades com jornais e revistas, atividades lúdicas. O desenvolvimento de tais atividades foi satisfatório, pois ajudou na fixação do conteúdo por parte dos alunos. Ao final de cada atividade reforçávamos os conteúdos com trabalhos e resoluções de problemas. 
    O período de regência foi essencial para nossa formação como docente. De certo que o aprendizado não se deu somente na regência, mas também se dará ao longo da nossa história de educadores na medida em que reconheçemos que cada sala de aula tem uma particularidade que a torna única, e, sendo única, deve ser dada atenção de modo diferente das outras, e isto dá mais sabor à experiência profissional de educador, corroborando com o que dia a SBEM

O contexto escolar é parte integrante dos conhecimentos dos professores e inclui, entre outros, conhecimentos sobre os estilos de aprendizagem dos alunos, seus interesses, necessidades e dificuldades, além de um repertório de técnicas de ensino e de competências de gestão de sala de aula.
(SBEM, 2003, p. 21)

    Por fim, a maior dificuldade encontrada foi a deficiência de concentração, o que dificultava o trabalho do professor regente e que com certeza dificultou o nosso também, no entanto a metodologia adotada com atividades participativas e lúdicas, ocasionou uma maior interação, concentração e participação. ANDRADE assevera que

 
não é suficiente, para ser professor, saber os conteúdos dos manuais e dos tratados; conhecer as teorias da aprendizagem; as técnicas de manejo de classe e de avaliação; saber de cor a cronologia dos acontecimentos educativos; nomear as diversas pedagogias da história. (ANDRADE, 2005, p. 1)

    Esta troca oportunizou condições de integração no contexto escolar para que pudessemos identificar características do funcionamento interno e da integração com a comunidade externa. E, sobretudo o conhecimento do desenvolvimento da turma para o planejamento das aulas de estágio, em especial o desenvolvimento do projeto de intervenção.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

     Este relatório apresenta uma síntese das atividades desenvolvidas que foram extremamente importantes para o aprimoramento dos conhecimentos adquiridos durante este curso. Através dessas diversas atividades supervisionadas por profissionais extremamente qualificados e empenhados na transmissão dos conhecimentos e orientação da prática de ensino pudemos adquirir muitos conhecimentos que carregaremos por toda nossa vida profissional e pessoal.
      Durante esse trabalho, aplicamos e desenvolvemos todas as informações e experiências adquiridas de forma árdua ao longo de nossa graduação. Sentimo-nos extremamente gratificados pela conclusão desse trabalho, pois hoje nos consideramos aptos e capazes de podermos assumir a responsabilidade de estar na posição de mestre e educador.

     Precisamos ter uma postura efetiva de um profissional que se preocupa com o aprendizado, que deve exercer o papel de um mediador entre a sociedade e a particularidade do educando. Devemos despertar no educando a consciência de que ele não está pronto, aguçando nele o desejo de se complementar, capacitá-lo ao exercício de uma consciência crítica de si, do outro e do mundo, como dizia Paulo Freire. Mas como fazer isso é o grande desafio do educador, no estágio não foi diferente e buscamos a cada momento ser mais que professores, ser  educadores. 
     Pelos pontos positivos e também pelos negativos foi uma experiência inesquecível. Enfim, temos a sensação de que somos vitoriosos.Caros acadêmicos, o projeto de vocês apresenta as seções obrigatórias. Contudo algumas observações são pertinentes. No objetivo geral vocês utilizam o verbo “transmitir”, o que dentro dos fundamentos da Educação Matemática é ultrapassado, uma vez que aluno é o sujeito ativo do processo de ensino e aprendizagem. Na metodologia deveriam ter sido apresentados com detalhes as atividades que seriam desenvolvidas e não somente os conteúdos. Vocês falam da etnomatemática mas especificam ou exemplificam como ela será aplicada, qual a especificidade da realidade desses alunos. No referencial teórico faltou contemplar os fundamentos do tema e da metodologia abordada. Quanto ao relatório, ressalto que vocês utilizaram, sem a devida referência, citações disponíveis nos sítios eletrônicos http://www.cibersociedad.net/textos/articulo.php?art=112 e http://www.ufpa.br/ppgecm/media/Dissertacoes_Jose%20Ivanildo%20de%20Lima.pdf o que se caracteriza como plágio. Na descrição e análise, como o nome sugere, vocês deveriam ter descrito em detalhes o cotidiano das 20 aulas de matemática, incluindo a execução do projeto de intervenção. Entretanto há apenas uma parágrafo com uma breve explanação em que o aluno, sujeito principal do processo de ensino e aprendizagem é mencionado. Todo o restante foi sobre a importância do estágio na formação docente e está não era a proposta. Assim, faz-se necessário abordar nessa seção, que atividades foram realizadas, como foi a participação dos alunos, como foram avaliados, enfim a realidade da sala de aula durante a regência. Para assim, analisar o processo educacional vivenciado enquanto regentes de turma. Destaco, por fim, que todos os autores referenciados devem ser citados no transcorrer do texto. Sugiro ao grupo, melhorar os aspectos apontados como deficientes para possibilitar a compreensão e avaliação do processo de regência de turma realizado pelo grupo. Aguardo a refacção. [CRISTIANE DORST MEZZAROBA - 17/6/2011 17:14:49]

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Arnon Mascarenhas de Andrade. O Estágio Supervisionado e a Práxis Docente. In: SILVA, Maria Lucia Santos Ferreira da. Estágio Curricular: Contribuições para o Redimensionamento de sua Prática. Natal: EdUFRN, 2005.Disponível em: www.educ.ufrn.br/arnon/estagio.pdf; acesso em: 16 mar. 2011.

D AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação Matemática e Etnomatemática, da Teoria à Prática. Campinas, Papirus, 1996. 

GENTIL, Nelson; et al. Matemático para o 2º Grau - Volume 1 e 2. São Paulo: Ática, 1996.

PASSERINI, Gislaine Alexandre. O estágio supervisionado na formação inicial de professores de matemática na ótica de estudantes do curso de licenciatura em matemática da UEL. 121f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Educação Matemática) – Universidade Estadual de Londrina. Londrina: UEL, 2007.A introdução apresenta a escola e a importância do estágio para o processo de formação profissional do grupo. Mas não informa a turma. Na segunda parte do relatório, o grupo descreveu apenas 10 das 20 aulas solicitadas. Outro ponto importantíssimo foi deixado de lado: as descrições das atividades realizadas. Vocês mencionaram que durante a execução do projeto de intervenção procuraram desenvolver atividades que contemplaram o conteúdo a ser lecionado. Mas não descreveram, analisaram ou fundamentaram. As considerações revelam brevemente o que foi refletido. Nem todas as referências citadas estão presentes no texto. A metodologia do projeto de intervenção não apresenta as estratégias de etnomatemática que foram utilizadas. Outra coisa, não existe referências no projeto de intervenção. O relatório apresentado atende parcialmente aos objetivos da disciplina de Estágio III. [ARLENES DELABARY SPADA - 8/7/2011 10:54:18]

 

ANEXOS

PROJETO DE INTERVENÇÃO

 

INTRODUÇÃO

     Não resta dúvida que as dificuldades vivenciadas pelos alunos está presente em quase todas as disciplinas e em se tratando de matemática estas dificuldades são mais acentuadas. Foi justamente isto que nos deparamos no 3o ano do ensino médio com o ensino de geométria analítica.

JUSTIFICATIVA

     Estas dificuldades podem ser advindas de fatores como: a falta de afinidade dos alunos com o conteúdo, pouco dominio por parte dos professores, aliados a já conhecida defasagem de conteúdos ao longo dos anos.

    Esses fatores constituíram a base deste projeto, no qual procuramos sanar os problemas e dificuldades expostos colocando em prática os conhecimentos adquiridos ao longo do curso.

OBJETIVO GERAL

     Contribuir para a capacidade do aluno, proporcionando-lhe conhecimentos e técnicas dos conteúdos. Aplicar os conhecimentos matemáticos estimulando nos alunos hábitos de estudo, rigor e precisão contribuindo para o desenvolvimento do nível cultural fazendo uma inter-relação entre vários campos da matemática com outras áreas do conhecimento.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

METODOLOGIA

     Abordamos os objetos da geometria euclidiana, reforçando-os através de demonstrações e exemplos. A identificação de pontos de uma reta com o conjunto dos reais e finalmente como aplicação do postulado das paralelas, construímos sistemas de coordenadas no plano. Para isso realizamos atividades lúdicas de modo que os alunos fizessem suas descobertas, fizemos trabalhos com jornais e revistas onde os alunos reconheceram elementos geométricos e foram provocados a fazerem seus próprios questionamentos.

   Todo o nosso trabalho utilizará conhecimentos da etnomatemática proporcionando nos alunos, jovens humildes inseridos numa comunidade carente, meios favoráveis  através de demonstrações e resolucões de problemas que remetem ao cotidiano destes.

REFERENCIAL TEÓRICO

 
     Este projeto permite a nossa vivência com as questões do cotidiano escolar e  é pautado em reais interesses que surgiram ao longo de nossas observações. Frisa a importância de garantir a compreensão dos conteúdos da Geometria Analítica, e determina uma relação de reciprocidade entre a Educação Matemática e as atividades realizadas. 
     É preciso rever os processos de ensino tradicionais; deve-se oportunizar ao aluno a chance de desenvolver e utilizar o raciocínio lógico para testar e validar suas hipóteses – evolução natural do conhecimento matemático, “escondido” pela escola tradicional. Kaput (1992)

    CRONOGRAMA

25/02-Origem da geometria analítica.

01/03-Distância entre dois pontos.

02/03-Determinação de uma reta.

03/03-Bissetrizes.

04/03-Equação da reta.

10/03-Atividades.

11/03-Análise de tendências.

14/03-Postulados.

15/03-A reta e os números Reais.

16/03-Sistemas de Coordenadas.